O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo de câncer mais comum do ser humano. É mais frequente que todos os outros tipos de câncer juntos! Ele é chamado assim por ser constituído de células da camada basal da pele, que passam a se multiplicar de forma desordenada.
O tumor geralmente tem crescimento lento, e raramente ocorre metástase, ou seja, raramente se espalha pelo corpo. O carcinoma basocelular, entretanto, é maligno e pode ser agressivo localmente. Isso significa que esse câncer possui um grande potencial de destruição local, pois invade tecidos próximos à ele, o que pode causar graves problemas estéticos e funcionais.
Apesar de ocorrer em qualquer tipo de pele, é mais comum em pessoas de pele clara. É um pouco mais frequente em homens do que em mulheres, e ocorre mais em áreas expostas ao sol: quase 80% ocorrem em cabeça e pescoço. Quando o tumor é retirado precocemente, as chances de cura são altas.
Os fatores de risco são multifatoriais, ou seja, tanto a genética quanto o ambiente tem sua influência
Radiação ultravioleta: É o fator de risco mais comum! Tanto UVA quanto UVB contribuem para seu desenvolvimento. Há um período médio de 15 a 20 anos entre o dano da radiação UV na pele e o surgimento do tumor. A destruição da camada de ozônio, a cultura da exposição humana ao sol e a maior expectativa de vida da população explicam o aumento da incidência do carcinoma basocelular nas últimas décadas. Quanto maior a intensidade de exposição solar, particularmente a que causa queimaduras solares na infância e adolescência, maior o risco.
Idade e sexo: A incidência aumenta com a idade, particularmente após os 55 anos. É raro em crianças. É um pouco mais frequente em homens, embora tem se observado um aumento na incidência em mulheres com menos de 40 anos, talvez por causa da maior frequência de queimaduras solares e uso de câmaras de bronzeamento.
História pregressa da doença: Quem já teve um carcinoma basocelular no passado, tem 10 vezes mais chances de adquirir um novo tumor do que a população geral.
Imunidade baixa: A queda da imunidade, seja qual for o motivo – HIV, transplantados, leucemia, entre outros – aumenta o risco de desenvolver carcinoma basocelular
Outras: Exposição ao arsênico (encontrado em inseticidas); radiação ionizante (por exemplo, tratamentos de radioterapia); nevo sebáceo; síndromes genéticas como xeroderma pigmentoso, estão associados a maior risco. Ainda é controverso se álcool e cigarro aumentam o risco.
VOCE SABIA? 50% dos pacientes que já tiveram um CBC desenvolverão um novo tumor após 5 anos do surgimento do primeiro
O CBC pode se apresentar sob várias formas, desde uma mancha avermelhada levemente diferente da pele normal até uma ferida que vai crescendo lentamente, sangrando e não cicatriza. Porém a aparência mais frequente é uma protuberância (bolinha) de brilho perolado, que por vezes conseguimos ver minúsculos vasos dentro dela. Geralmente é indolor. Veja alguns exemplos:
O CBC nodular é o mais frequente, e também pode criar uma úlcera que sangra com facilidade, ás vezes deixando uma crosta. O tamanho é variável, a maioria é pequeno, mas pode crescer bastante se não for tratado.
O CBC esclerodermiforme é o mais agressivo e invasivo, parece uma cicatriz pálida, de limites mal definidos, pele um pouco endurecida, e também pode gerar pequenos sangramentos. Se houver uma lesão semelhante a cicatriz mas sem história de trauma, devemos desconfiar.
O CBC superficial é mais comum no tronco, e pode se assemelhar a psoríase ou uma mancha avermelhada (eczema). Também pode evoluir para CBC nodular
O CBC pigmentado: Qualquer das três formas acima podem ser pigmentadas, sendo mais frequente no subtipo nodular e em pessoas mais morenas. Pode se assemelhar a uma pinta (nevo), ceratose seborreica ou até a um melanoma.