Quais são as indicações da Cirurgia de Mohs?
De acordo com a American Society for Mohs Surgery e o NCCN (National Comprehensive Cancer Network), as principais indicações são carcinomas basocelulares ou espinocelulares com algumas das características a seguir:
- Localizados na face, principalmente ao redor dos olhos, boca, nariz e orelhas.
- Mal delimitados clinicamente
- Incompletamente excisados (não foram removidos por completo)
- Histologicamente mais agressivos. No caso de basocelulares: micronodular, infiltrativo ou esclerodermiforme.
- Recorrentes (voltaram após terem sido tratados).
Vale ressaltar que a presença de uma das características acima é o suficiente para indicar a técnica.
Aconselha-se que o paciente seja submetido à cirurgia de Mohs no caso de o tumor maligno de pele estar localizado nas áreas indicadas na imagem acima (pálpebras, orelhas, nariz, boca, etc). Remover apenas o necessário nesses locais de importância funcional e estética é fundamental para reduzir a ferida e, consequentemente, obter uma cicatriz menor.
CIRURGIA DE MOHS E IGUAL A CIRURGIA DE CONGELAÇÃO?
O preparo do tecido a ser avaliado na cirurgia de Mohs é realizado através de congelação da peça para análise imediata. Entretanto, é importante diferenciar a cirurgia de Mohs da chamada “cirurgia com congelação”. Geralmente, as “cirurgias com congelação” avaliam amostras da margem (semelhante à avaliação convencional por parafina), ao contrário do Mohs, que avalia 100%. Não é apenas a congelação que caracteriza a cirurgia de Mohs, mas sim todo um mapeamento minucioso e preparação adequada do tecido a ser avaliado.
A técnica da cirurgia de Mohs
A técnica consiste na avaliação de 100% das margens cirúrgicas (Figura 1), ao contrário da avaliação convencional em que menos de 1% das margens são avaliadas (Figura 2). Além disso, a avaliação microscópica das margens cirúrgicas ocorre durante a cirurgia, eliminando a necessidade de “se estimar” o quanto deve ser excisado como é feito na técnica convencional (4 mm, 6 mm ou até 1 cm de margens de acordo com o câncer). Essa avaliação durante a cirurgia é associada a um mapeamento detalhado, o que permite que o cirurgião de Mohs remova todo o câncer, até as margens estarem livres de câncer. Além da certeza de que todo o câncer foi removido, os defeitos cirúrgicos tendem a ser menores porque pele sadia é poupada, o que implica em reconstruções e cicatrizes menores.
Figura 1 – Cirurgia micrográfica de Mohs. Toda margem lateral e profunda é examinada. Se houver tumor remanescente, é realizado nova retirada até que não haja tumor residual no paciente.
Figura 2 – Exemplo de análise após cirurgia convencional. Apenas uma pequena porção das margens laterais e profundas são analisadas. Neste exemplo, o tumor restante não seria visualizado durante o exame da biópsia excisional pelo patologista.
Por que optar pela cirurgia de Mohs?
– Retirada completa do câncer de pele.
– Preservação da pele sadia, minimizando a cicatriz.
– Reconstrução segura da ferida por não haver mais tumor no local.